sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A chegada dos Portugueses no Brasil



Pau Brasil


Pau-brasil é o nome genérico que se atribui a várias espécies de árvores do gênero Caesalpinia presentes na região da Mata Atlântica brasileira. O nome de nosso país teve origem nesta árvore.

Uma das características mais importantes do pau-brasil é a madeira pesada com a presença interna de um extrato que gera uma espécie de tinta vermelha. Por ser de alta qualidade, a madeira desta árvore é muito usada na fabricação de instrumentos musicais como, por exemplo, violinos, harpas e violas.

A presença de pau-brasil na Mata Atlântica era muito grande até o século XVI. Porém, com a chegada dos portugueses ao Brasil teve inicio a extração predatória do pau-brasil. Os portugueses extraíam a madeira para vender no mercado europeu. A madeira era transformada em móveis, enquanto o extrato era usado na produção de corante vermelho.

Atualmente, é baixa a presença de pau-brasil na Mata Atlântica. Inclusive, existe lei federal que considera crime o corte ilegal desta árvore.

Dia do Pau-brasil

No dia 3 de maio comemora-se o Dia Nacional do Pau-brasil.

Pau-Brasil
Fonte: www.suapesquisa.com/o_que_e/pau-brasil.htm

Gregor Mendel

Genética
Desde os tempos mais remotos o homem tomou consciência da importância do macho e da fêmea na geração de seres da mesma espécie, e que características como altura, cor da pele etc. eram transmitidas dos pais para os descendentes. Assim, com certeza, uma cadela quando cruzar com um cão, irá originar um filhote com características de um cão e nunca de um gato. Mas por quê?

Mendel, o iniciador da genética
Gregor Mendel nasceu em 1822, em Heinzendorf, na Áustria. Era filho de pequenos fazendeiros e, apesar de bom aluno, teve de superar dificuldades financeiras para conseguir estudar. Em 1843, ingressou como noviço no mosteiro de agostiniano da cidade de Brünn, hoje Brno, na atual República Tcheca
Após ter sido ordenado monge, em 1847, Mendel ingressou na Universidade de Viena, onde estudou matemática e ciências por dois anos. Ele queria ser professor de ciências naturais, mas foi mal sucedido nos exames.
De volta a Brünn, onde passou o resto da vida. Mendel continuou interessado em ciências. Fez estudos meteorológicos, estudou a vida das abelhas e cultivou plantas, tendo produzido novas variedades de maças e peras. Entre 1856 e 1865, realizou uma série de experimentos com ervilhas, com o objetivo de entender como as características hereditárias eram transmitidas de pais para filhos.
Em 8 de março de 1865, Mendel apresentou um trabalho à Sociedade de História Natural de Brünn, no qual enunciava as suas leis de hereditariedade, deduzidas das experiências com as ervilhas. Publicado em 1866, com data de 1865, esse trabalho permaneu praticamente desconhecido do mundo científico até o início do século XX. Pelo que se sabe, poucos leram a publicação, e os que leram não conseguiram compreender sua enorme importância para a Biologia. As leis de Mendel foram redescobertas apenas em 1900, por três pesquisadores que trabalhavam independentemente.

Mendel morreu em Brünn, em 1884. Os últimos anos de sua vida foram amargos e cheios de desapontamento. Os trabalhos administrativos do mosteiro o impediam de se dedicar exclusivamente à ciência, e o monge se sentia frustrado por não ter obtido qualquer reconhecimento público pela sua importante descoberta. Hoje Mendel é tido como uma das figuras mais importantes no mundo científico, sendo considerado o “pai” da Genética. No mosteiro onde viveu existe um monumento em sua homenagem, e os jardins onde foram realizados os célebres experimentos com ervilhas até hoje são conservados.

Os experimentos de Mendel
A escolha da planta
A ervilha é uma planta herbácea leguminosa que pertence ao mesmo grupo do feijão e da soja. Na reprodução, surgem vagens contendo sementes, as ervilhas. Sua escolha como material de experiência não foi casual: uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. Desde os tempos de Mendel existiam muitas variedades disponíveis, dotadas de características de fácil comparação. Por exemplo, a variedade que flores púrpuras podia ser comparada com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada cm a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que estame e pistilo, os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal, ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização e, por extensão, a autofecundação, formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras.
 

A partir da autopolinização, Mendel produziu e separou diversas linhagens puras de ervilhas para as características que ele pretendia estudar. Por exemplo, para cor de flor, plantas de flores de cor de púrpura sempre produziam como descendentes plantas de flores púrpuras, o mesmo ocorrendo com o cruzamento de plantas cujas flores eram brancas. Mendel estudou sete características nas plantas de ervilhas: cor da flor, posição da flor no caule, cor da semente, aspecto externo da semente, forma da vagem, cor da vagem e altura da planta.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Evolução dos peixes

Quimera

Condrictes: Os Peixes Cartilaginosos

Os tubarõesraias e quimeras (peixes de águas profundas, também chamados de peixes-rato) desta classe (do grego chondros = cartilagem + ichthys = peixe) são os vertebrados vivos mais primitivos com vértebras completas e separadas, mandíbulas móveis e barbatanas pares.

Este grupo é antigo e representado por numerosos restos fósseis. Pertencem-lhe alguns dos maiores e mais eficientes predadores marinhos. Todos possuem um esqueleto cartilagíneo, dentes especializados que se renovam ao longo da vida e uma pele densamente coberta por escamas em forma de dente.

Praticamente todos são marinhos, embora existam espécies de tubarões e raias que penetram regularmente em estuários e rios, e, em regiões tropicais, espécies de água doce.
Todos os peixes cartilaginosos são predadores, embora os filtradores também ingerem fitoplâncton. Neste caso existem projeções rígidas dos arcos branquiais, que funcionam como filtros. Grande parte da sua dieta é composta por presas vivas, embora consumam igualmente cadáveres, quando disponíveis.


A maioria dos tubarões não apresenta mais de 2,5 m de comprimento mas alguns atingem 12 m e o tubarão-baleia 18 m, sendo estes os maiores vertebrados vivos, com exceção das baleias.
As raias são igualmente pequenas, com cerca de 60-90 cm de comprimento, mas a raia-jamanta atinge 5 m de comprimento e 6 m de envergadura.

Caracteristicas


Os tubarões, com o seu corpo fusiforme e aerodinâmico, têm grande interesse biológico, pois apresentam características anatômicas básicas presentes em embriões de vertebrados superiores.

Esqueleto cartilagínoso

Sem ossos verdadeiros mas compostos por cartilagem resistente e flexível, mais ou menos reforçados pordepósitos calcários, o esqueleto é composto por um crânio ligado a uma coluna vertebral e cinturas peitoral e pélvica. A mandíbula (não fundida ao crânio) e a maxila estão presentes. A notocorda é persistente nos espaços intervertebrais. Algumas espécies possuem coluna vertebral rija, em tudo semelhante à dos peixes ósseos. Este tipo de esqueleto apenas suporta animais com mais de 10 metros de comprimento em meio aquático, cuja densidade é superior à do ar.


Escamas placóides

A pele é rija e está coberta com escamas semelhantes a dentes (são compostas por uma placa de dentina na derme, revestida por esmalte) com um espinho orientado para trás, bem como numerosas glândulas mucosas. Este revestimento confere à pele uma textura de lixa, o que torna o animal mais hidrodinâmico. Algumas espécies de raias apresentam escamas grandes e espinhosas, enquanto outras não apresentam escamas de todo.

Sistema nervoso

Encéfalo distinto e órgãos sensoriais muito desenvolvidos, que lhes permitem localizar presas mesmo quando muito distantes ou enterradas no lodo do fundo. Estes órgãos incluem:
Narinas: localizadas ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, capazes de detectar moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas;
Ouvidos: com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores);
Olhos: laterais e sem pálpebras, cuja retina geralmente apenas contém bastonetes (fornecendo uma visão a preto-e-branco mas bem adaptada á baixa luminosidade);
Linha lateral: um fino sulco ao longo dos flancos contendo muitas pequenas aberturas, contém células nervosas sensíveis á pressão (algo como um sentido do tacto á distância);
Ampolas de Lorenzini: localizadas na zona ventral da cabeça, são outros canais sensitivos ligados a pequenas ampolas que contém eletrorreceptores capazes de detectar as correntes elétricas dos músculos de outros organismos;

Sistema digestivo


A boca é ventral com fileiras de dentes revestidos de esmalte (desenvolvidos de escamas placóides). Os dentes
 estão implantados na carne e não na mandíbula, sendo substituídos continuamente a partir da parte traseira da boca, à medida que são perdidos.




A forma dos dentes revela os hábitos alimentares dos animais, dentes pontiagudos e serrilhados nos tubarões, que os usam para agarrar e cortar, e pequenos e em forma de ladrilho nas raias, que os usam para partir as carapaças e conchas dos moluscos e crustáceos de que se alimentam no fundo.
O intestino apresenta válvula em espiral (para aumentar a área de absorção) e fígado, grande e muito rico em óleo o que confere grande flutuabilidade, chegando por vezes a compor 20% do peso do corpo. No entanto, em algumas espécies tal não é suficiente, pois se pararem de nadar afundam-se. O ânus abre para a cloaca.

Tubarão

Sistema circulatório

Coração com 2 câmaras (aurícula e ventrículo) por onde circula apenas sangue venoso.

Sistema respiratório

As brânquias estão presas à parede de 5 a 7 pares de sacos branquiais, cada um com uma abertura individual em forma de fenda, abrindo á frente da barbatana peitoral nos tubarões ou na superfície ventral das raias. Nas quimeras apenas existe uma fenda branquial.
As narinas não comunicam com a cavidade bucal mas com a faringe.
Os sacos branquiais podem contrair-se para expelir a água ou, como acontece na maioria dos tubarões, o animal usa uma espécie de respiração a jacto, nadando ativamente com a boca e as fendas brânquiais abertas, mantendo um fluxo constante de água. Por esse motivo, é frequente os tubarões afogarem-se quando presos em redes de pesca perdidas.
Geralmente existe um par de espiráculos atrás dos olhos, em ligação á faringe, que, nas espécies bentônicas, permitem a entrada de água sem detritos para as brânquias. Não existe bexiga natatória;

Sistema excretor
Rins mesonéfricos



                                             Reprodução


Os tubarões e raias têm os sexos separados, gônadas tipicamente pares, em que os ductos abrem na cloaca e a fecundação é interna. Os clásperes, barbatanas ventrais modificadas, são introduzidos na cloaca da fêmea e o esperma escorre pelo canal formado pelas duas estruturas unidas.




Podendo ser ovíparos (ovos são libertados envoltos em cápsulas semi-rigídas), vivíparos (jovens desenvolvem-se dentro de uma estrutura semelhante a uma placenta, o que lhes permite ser alimentados diretamente pelo corpo da mãe) ou ovovivíparos (retêm os ovos no interior da fêmea, nascendo filhotes completamente formados, cauda primeiro), produzem ovos são muito ricos em vitelo mas sem anexos embrionários.

O desenvolvimento é direto, não existindo nunca estados larvares. Os filhotes nascem com os dentes funcionais e são capazes de caçar de imediato, embora, devido ao seu tamanho, sejam eles próprios potenciais presas.
Os tubarões são perseguidos, por pura ignorância ou para a obtenção das suas barbatanas (para sopa e utilização em poções "afrodisíacas" asiáticas) ou mortos por acidente em redes de arrasto. Atualmente, grande número de espécies corre sério perigo de extinção.

Raia
Com o aumento da população humana e a redução dos cardumes de peixes ósseos, os peixes cartilagíneos têm sido pescados em grande número. Todos os anos se matam cerca de 100 milhões de tubarões e afins, dos quais cerca de 6 milhões são tubarões azuis, mortos apenas pelas suas barbatanas.
Sendo estes animais fundamentais ao correto "funcionamento" do ecossistema marinho, esta matança deve, em curo prazo, provocar desequilíbrios muito graves.

http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/bioanimal4.php





Osteictes: Os Peixes Ósseos

Os peixes ósseos são o grupo mais vasto (correspondem a 9 em cada 10 espécies) e diverso de peixes atuais. Estes animais habitam todos os tipos de água, doce, salobra, salgada, quente ou fria (embora a maioria seja limitada a temperaturas entre 9 e 11ºC). Esta é a classe mais recente do ponto de vista filogenético, bem como a considerada mais evoluída. A taxonomia dentro desta classe tem sido frequentemente alterada, devido à descoberta de novas espécies, bem como de novas relações entre as já conhecidas.

Tipicamente os peixes ósseos não são maiores que 1 m de comprimento mas existem formas reduzidas (certos gobies têm apenas 10 mm de comprimento) e gigantescas (espadarte com 3,70 m, o esturjão com 3,80 m e 590 Kg de peso ou o peixe-lua com 900 Kg de peso).  
Adaptaram-se a viver em condições por vezes difíceis, como lagos a grande altitude, zonas polares, fontes hidrotermais, charcos com elevada salinidade ou pobres em oxigênio, etc.
Muitos peixes realizam migrações periódicas, seja de local para local, seja de águas profundas para a superfície, tanto para desovar como para se alimentar.

As suas características principais incluem um corpo, mais alto que largo e de silhueta oval, o que facilita a deslocação através da água. 
A cabeça estende-se da ponta do focinho á abertura do opérculo, o tronco daí ao ânus, para trás do qual se tem a cauda. O corpo apresenta uma forte musculatura segmentar – miomeros -, separados por delicados septos conjuntivos.
O esqueleto é formado por ossos verdadeiros, embora algumas espécies possam apresentar ossos cartilagíneos (esturjão, por exemplo), com numerosas vértebras distintas, embora seja frequente a persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. 
O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebralcrânio e raios das barbatanas. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral (não existe cintura pélvica, ligando-se essas barbatanas por meio de tendões, sem ligação á coluna vertebral). Numerosos outros pequenos ossos sustentam os raios das barbatanas. 





Sistema nervoso
Inclui um encéfalo distinto e órgãos dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente:
  • Olhos - grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos próximos, mas que percebem facilmente movimentos distantes, incluindo acima da superfície da água. A retina contém cones e bastonetes, o que permite visão a cores na maioria dos casos;
  • Ouvidos - com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores), permitem uma audição apurada, até porque o som se propaga bastante bem dentro de água. Muitos peixes comunicam entre si produzindo sons, seja esfregando partes do corpo entre si, seja com a bexiga natatória;
  • Narinas – localizadas na parte dorsal do focinho, comunicam com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água;
  • Linha lateral – localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas, onde se encontram mecanorreceptores. A eficácia deste sistema para detectar movimentos e vibrações por ele causadas na água permite a formação de cardumes, fundamental como estratégia de defesa destes animais.

    Sistema digestivo
    Tem a boca grande em posição terminal, rodeada de maxilas e mandíbulas distintas, onde estão implantados dentes cônicos e finos. Existem outros dentes, localizados nos primeiros arcos branquiais, úteis para prender e triturar o alimento. Na boca existe ainda uma pequena língua, ligada ao chão da cavidade e que ajuda nos movimentos respiratórios.

    Sistema circulatório
    Tem um coração com duas cavidades (aurícula e ventrículo) por onde circula apenas sangue venoso. O sangue é pálido e escasso, quando comparado com um vertebrado terrestre.

    Sistema respiratório
    Apresenta tipicamente brânquias em forma de pente, sustentadas por arcos branquiais ósseos ou cartilagíneos e localizadas no interior de uma câmara comum de cada lado da faringe. Essa câmara está coberta por um opérculo, fino e de margens livres abaixo e atrás. Os arcos branquiais apresentam expansões que protegem os filamentos brânquiais de partículas duras e evitam a passagem de alimento pelas fendas branquiais.Nas branquias existe um mecanismo de contracorrente entre a água e o sangue que as irriga, aumentando a eficiência das trocas gasosas. 

    Cavalo-marinho, um peixe ósseo
    Geralmente existe bexiga natatória, um grande saco de paredes finas e irrigadas derivado da zona anterior do intestino, que ocupa a zona dorsal da cavidade do corpo. Esta cavidade está preenchida com gases (O2, N2, CO2), atuando como um órgão hidrostático, ajustando o peso do corpo do peixe consoante a profundidade. O ajuste faz-se por secreção ou absorção dos gases para o sangue. 
    A capacidade da bexiga natatória é superior nos peixes de água doce pois esta é menos densa que a salgada, não podendo sustentar o peixe com a mesma facilidade. A bexiga natatória pode ajudar na respiração (peixes pulmonados) ou como caixa de ressonância de órgãos dos sentidos ou produção de sons.

    Sistema excretor
    É formado por rins mesonéfricos.

    Sistema reprodutor
    Os sexos são separados, apresentando cada indivíduo gônadas geralmente pares. A grande maioria é ovípara com fecundação externa, embora existam espécies com fecundação interna e hermafroditas. 
    Algumas espécies passam por mudanças de sexo, com machos que passam a fêmeas aumentando de tamanho e as fêmeas que se tornam dominantes nos cardumes, ao passarem a machos.  Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários mas com quantidade de vitelo muito variável. As espécies de mar alto produzem enormes quantidades de ovos, pois a maioria não sobrevive, que passam a fazer parte do plâncton, enquanto espécies costeiras os colocam entre detritos e folhas ou no fundo. Algumas espécies cuidam dos ovos e/ou dos juvenis, guardando os ninhos e mantendo-os oxigenados com jorros de água. Outros incubam os ovos na boca ou permitem que os jovens lá se recolham quando ameaçados.
    Várias espécies migram grandes distâncias (tanto de água salgada para doce, como algumas espécies de salmões, ou o inverso, como as enguias) para desovar.
    Os peixes ósseos são os únicos que formam cardumes, por vezes com dezenas de milhar de indivíduos. Nos cardumes os peixes deslocam-se sincronizadamente, como se fossem um só. Cada peixe segue paralelamente ao seu vizinho, a uma distância de cerce de um comprimento do corpo e mantém a sua posição devido à ação da visão, audição e linha lateral.  A cor prateada da maioria dos peixes que fazem cardumes é fundamental pois ajuda a detectar os movimentos uns dos outros (uma pequena mudança de direção produz uma grande diferença a nível da luz refletida).
    Num cardume os peixes estão mais seguros pois há mais sentidos atentos a um potencial predador e torna-se mais difícil escolher a presa no meio de tantos corpos em movimento. A vida em grupo também ajuda a encontrar alimento e parceiros sexuais.






Como os peixes nadam em cardumes sem trombar uns nos outros?

por Yuri Vasconcelos
Eles usam a visão, a audição e um eficiente sistema chamado de linha lateral, que detecta mínimas variações de pressão na água. É ele que permite a sincronia perfeita de movimentos entre os membros do grupo. Acredita-se que pelo menos 50% das variedades conhecidas de peixes, como atum e sardinha, se agrupem em cardumes. “Essa é uma especialização surgida provavelmente como meio de defesa contra predadores”, diz o biólogo Leandro Sousa, mestre em ictiologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Nadar em bando também ajuda na busca por alimentos e na reprodução. “O grupo amplia o número de parceiros disponíveis e reduz a chance de predação dos ovos”, diz o biólogo Cristiano Moreira, doutor em ictiologia pela USP. O tamanho dos cardumes varia. Eles podem contar com poucos integrantes - basta olhar os peixes num aquário - ou, como no caso dos arenques, agregar milhões de indivíduos, atingindo mais de 1 quilômetro de extensão. Leia abaixo algumas curiosidades sobre essa impressionante habilidade dos peixes.

http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-os-peixes-nadam-em-cardumes-sem-trombar-uns-nos-outros


O celacanto


O celacanto é da era devoniana, cêrca de 410 milhões de anos, e desapareceu no final do período Cretáceo, há 65 milhões de anos atrás, quando os dinossauros foram extintos.

Celacanto, fóssil-vivo

Presume-se que êle seja primo do Eusthenopteron, ancestral dos anfíbios, répteis e mamíferos. Uma teoria que gera muita controvérsia.

Mas ele foi encontrado em East London, em 23 de dezembro de 1.938!

Um fóssil vivo!

Na época, Marjorie Courtenay-Latimer era curadora do East London Natural History Museum, tinha construído boas relações com os pescadores, e interessada em colecionar peixes para seu museu, sempre estava no porto para vê-los, quando os barcos voltavam da pescaria. E entre os peixes pescados pelo Capitão Hendrick Goosen, no pesqueiro Nerine, ela notou um peixe, já tendo a certeza que era o celacanto. O capitão lhe informou que o havia pescado perto de Chalumna River, no Oceano Índico. Foi difícil manter o peixe em boas condições, devido a ftitlea de equipamento adequado. Ao ver a carta e o desenho de Marjorie Courtenay-Latimer, o Professor J.L.B. Smith, do Rhodes University, Grahamstown, ficou surpreendido ao reconhecer no desenho o celacanto, porque era sabido que o celacanto havia sido extinto e apenas um fóssil.

http://criptopage.caixapreta.org/secao/criptozoologia/cripto_celacanto.htm











sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Exploração da África pelos Portugueses


A Origem da Escravidão

O Brasil, foi um País fundado sob o trabalho forçado e o comercialização de pessoas. Foi o País, que mais importou escravos nos tempos modernos, o mais dependente do trabalho escravo do continente americano.Foram III séculos e meio de regime escravocrata, contra apenas um, de trabalho livre. Ao longo desses séculos, importou 4 milhões de negros africanos, 40% das importações totais de todas as Américas, numa das mais volumosas operações de transferência forçada de pessoas na história. O escravo podia ser objeto de venda, de compra, de troca, de empréstimo, de doação, como qualquer mercadoria. Mas, era uma mercadoria especial, quando cometia um crime, era punido com os rigores do Código Penal. Por isso alguns historiadores escreveram: "O primeiro ato humano do escravo, é o crime" então, ele virava gente, de pleno direito".


No Brasil, os escravos eram expostos em armazéns, "mercados", ou oferecidos de porta em porta , acorrentados. Os navios, e todo o percurso , desde a savana africana , até o destino final, podia durar até 165 dias. O que explica que 40% dos negros capturados em Angola, morriam durante os seus deslocamentos até o litoral da África. E os outros, 10% a 20%, nos armazéns, que ficavam alojados, antes de desembarcarem. Mais da metade morriam na própria África.
As causas das mortes eram; maltratos, má alimentação, superlotação e doenças, as mais diversas. Tivemos quase 400 anos de história, em que os afortunados,
, acostumaram-se à noção de que, os outros podem ser torturados. A escravidão fundou a civilização brasileira, onde o objetivo da elite era (ou é), manter a diferença com relação ao restante da população. No Brasil, os últimos negros chegaram, em 1850, ano em que terminou o tráfico negreiro.
Falar de Escravidão, é o mesmo que tentar explicar de onde surgiu a pobreza, a diferença social, a miséria, o preconceito, a exclusão na terra de nome Brasil.

 Fonte: http://capoeiraangolamae.de/p/history.php

Diferença entre escravos e servos

O escravo é um indivíduo que não tem nenhum direito sobre si mesmo; é considerado uma mercadoria,  
um objeto. Trabalha para seu proprietário sem receber nenhuma remuneração; recebe apenas os meios para que não morra - afinal, sua morte causaria prejuízos ao senhor.
Já o servo, que é preso à terra onde vive, não é propriedade do seu dominador. Embora seja obrigado a pagar tributos, tem direito a parte do que produz.

Fonte: Apostila Anglo

Tráfico Negreiro


É chamado de Tráfico negreiro o envio arbitrário de negros africanos na condição de escravos para as Américas e outras colônias de países europeus durante o período caracterizado como colonialista.




Durante a Idade Moderna, primordialmente depois que se descobriu a América, in- tensificou-se o comércio escravo, sem qualquer limite quanto à crueldade praticada, visava-se somente o lucro que se obteria com a venda de homens, mulheres e crianças vindas direto da África para as Américas.



A escravidão ocorre desde a origem de nossa história, quando os povos que eram derrotados em combates entre exércitos ou armadas eram aprisionados e transformados em escravos por seus dominadores. O povo hebreu é um exemplo disso, foram comercializados como escravos desde os primórdios da História. Os escravos eram usados nos trabalhos mais pesados e toscos que se pode imaginar.


A explicação encontrada para o uso da mão-de-obra escrava fazia alusão a questões religiosas e morais e à suposta preeminência racial e cultural dos europeus.


Os portugueses já utilizavam o negro como escravo desde o ano de 1432, trazido pelo português Gil Eane, utilizando-os nas ilhas da Madeira, de Açores e Cabo Verde, anteriormente à efetivação da colonização brasileira.


No Brasil a escravidão passou a ser utilizada na primeira metade do século XVI, devido à 
produção de açúcar. Os portugueses transportavam os negros oriundos da África para serem usados como mão-de-obra escrava nos moinhos de cana-de-açúcar do Nordeste.



Os africanos aprisionados pelos portugueses quando aqui chegavam eram cedidos por um determinado preço, como se fossem uma mercadoria qualquer. 


Os que tinham uma saúde mais perfeita chegavam a ser comercializados pelo dobro do valor em comparação aos velhos e fracos.


A travessia do continente africano para o Brasil era feita nos porões dos navios negreiros, com os negros empilhados da maneira mais insalubre e desumana possível, sendo que muitos deles nem sequer chegavam vivos, tendo seus corpos atirados ao mar.


Nas fazendas açucareiras os escravos trabalhavam de sol a sol, recebendo para vestir apenas um pedaço de pano ou qualquer peça de vestuário velha, dormiam nas senzalas – barracões escuros, úmidos e com quase nenhuma higiene –, acorrentados para não fugirem.


Os castigos eram freqüentes, sendo o chicote a punição mais utilizada no Brasil colônia. Aos negros era vedado o direito de exercer sua religião de ascendência africana e manter a sua cultura – festas e rituais africanos eram terminantemente proibidos –, eram obrigados a professar a religião católica, determinação dos senhores de engenho, e a comunicar-se utilizando a língua portuguesa.


Apesar das proibições, os negros, ocultamente, realizavam seus rituais e suas festas; foi neste período que se desenvolveu um tipo de luta que ficou muito conhecida aqui no Brasil: a capoeira. Eles também desenvolveram o candomblé, a umbanda, e outras religiões, nas quais ritos africanos eram mesclados a elementos do catolicismo, dando origem ao famoso sincretismo religioso brasileiro.


O negro não aceitou a escravidão pacificamente, as agitações ocorriam quase regularmente nas fazendas, escravos em bandos fugiam, criando nas florestas os célebres quilombos – lugares aonde habitavam apenas escravos fugitivos – ali viviam em liberdade para realizar seus rituais, suas festas e também para falar sua própria língua. O quilombo mais importante foi o de Palmares, cujo líder foi Zumbi.


Em 1850 foi aprovada a Lei Eusébio de Queiroz, a qual punha um fim ao comércio negreiro; em 28 de setembro de 1871 foi sancionada a Lei do Ventre Livre, concedendo liberdade aos filhos de escravos que nascessem a partir daquele momento. Finalmente, no ano de 1885, foi anunciada a Lei dos Sexagenários, que contemplava com a liberdade os escravos com mais de 60 anos.
Foi só no final do século XIX que definitivamente a escravidão, a nível mundial, foi abolida de vez do quadro negro da história. No Brasil a Abolição só se deu no dia 13 de maio de 1888, com o anúncio público e oficial da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel.






















sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Os portugueses no Brasil



Introdução 

Historiadores afirmam que antes da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de nativos, aproximadamente. Estes índios brasileiros estavam divididos em tribos, de acordo com o tronco lingüístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia) e caraíbas (Amazônia).
Atualmente, calcula-se que apenas 400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos perdessem sua identidade cultural.

A sociedade indígena na época da chegada dos portugueses. 

O primeiro contato entre índios e portugueses em 1500 foi de muita estranheza para ambas as partes. As duas culturas eram muito diferentes e pertenciam a mundos completamente distintos. Sabemos muito sobre os índios que viviam naquela época, graças a Carta de Pero Vaz de Caminha (escrivão da expedição de Pedro Álvares Cabral) e também aos documentos deixados pelos padres jesuítas.

Os indígenas que habitavam o Brasil em 1500 viviam da caça, da pesca e da agricultura de milho, amendoim, feijão, abóbora, bata-doce e principalmente mandioca. Esta agricultura era praticada de forma bem rudimentar, pois utilizavam a técnica da coivara (derrubada de mata e queimada para limpar o solo para o plantio).

Os índios domesticavam animais de pequeno porte como, por exemplo, porco do mato e capivara. Não conheciam o cavalo, o boi e a galinha. Na Carta de Caminha é relatado que os índios se espantaram ao entrar em contato pela primeira vez com uma galinha.

As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas. O contato entre as tribos acontecia em momentos de guerras, casamentos, cerimônias de enterro e também no momento de estabelecer alianças contra um inimigo comum.
Os índios faziam objetos utilizando as matérias-primas da natureza. Vale lembrar que índio respeita muito o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para a sua sobrevivência. Desta madeira, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações (oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, redes e outros objetos. A cerâmica também era muito utilizada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era muito usado para fazer pinturas no corpo.

A organização social dos índios

Entre os indígenas não há classes sociais como a do homem branco. Todos têm os mesmo direitos e recebem o mesmo tratamento. A terra, por exemplo, pertence a todos e quando um índio caça, costuma dividir com os habitantes de sua tribo. Apenas os instrumentos de trabalho (machado, arcos, flechas, arpões) são de propriedade individual. O trabalho na tribo é realizado por todos, porém possui uma divisão por sexo e idade. As mulheres são responsáveis pela comida, crianças, colheita e plantio. Já os homens da tribo ficam encarregados do trabalho mais pesado: caça, pesca, guerra e derrubada das árvores.
Duas figuras importantes na organização das tribos são o pajé e o cacique. O pajé é o sacerdote da tribo, pois conhece todos os rituais e recebe as mensagens dos deuses. Ele também é o curandeiro, pois conhece todos os chás e ervas para curar doenças. Ele que faz o ritual da pajelança, onde evoca os deuses da floresta e dos ancestrais para ajudar na cura. O cacique, também importante na vida tribal, faz o papel de chefe, pois organiza e orienta os índios. 
A educação indígena é bem interessante. Os pequenos índios, conhecidos como curumins, aprender desde pequenos e de forma prática. Costumam observar o que os adultos fazem e vão treinando desde cedo. Quando o pai vai caçar, costuma levar o indiozinho junto para que este aprender. Portanto a educação indígena é bem pratica e vinculada a realidade da vida da tribo indígena. Quando atinge os 13 os 14 anos, o jovem passa por um teste e uma cerimônia para ingressar na vida adulta.

Os contatos entre indígenas e portugueses

Como dissemos, os primeiros contatos foram de estranheza e de certa admiração e respeito. Caminha relata a troca de sinais, presentes e informações. Quando os portugueses começam a explorar o pau-brasil das matas, começam a escravizar muitos indígenas ou a utilizar o escambo. Davam espelhos, apitos, colares e chocalhos para os indígenas em troca de seu trabalho. 
O canto que se segue foi muito prejudicial aos povos indígenas. Interessados nas terras, os portugueses usaram a violência contra os índios. Para tomar as terras, chegavam a matar os nativos ou até mesmo transmitir doenças a eles para dizimar tribos e tomar as terras. Esse comportamento violento seguiu-se por séculos, resultando no pequenos número de índios que temos hoje.
A visão que o europeu tinha a respeito dos índios era eurocêntrica. Os portugueses achavam-se superiores aos indígenas e, portanto, deveriam dominá-los e colocá-los ao seu serviço. A cultura indígena era considera pelo europeu como sendo inferior e grosseira. Dentro desta visão, acreditavam que sua função era convertê-los ao cristianismo e fazer os índios seguirem a cultura européia. Foi assim, que aos poucos, os índios foram perdendo sua cultura e também sua identidade.


Trocas de alimentos

Os povos indígenas dedicam grande parte do seu tempo em atividades relacionadas à alimentação. Isso porque é preciso obter ou produzir os alimentos: criar animais, como galinhas e porcos; realizar expedições de caça e de pesca; coletar frutos no mato; preparar a roça e colher seus produtos.
Além de produzir o alimento, também é preciso construir as ferramentas e os utensílios como armadilhas, canoas, cestos, arcos e flechas, zarabatanas, entre outros, necessários para realizar as tarefas.

Para realizar cada uma das atividades, as pessoas devem conhecer muito bem a região onde vivem: quais são as épocas de chuva e de seca; como é o comportamento de cada animal; qual é a época em que os frutos amadurecem; qual é o melhor período para preparar, plantar e colher os produtos da roça etc.
http://pibmirim.socioambiental.org/como-vivem/alimentacao

A conquista da América pelos espanhóis
Na mesma época em que a Espanha acabava de consolidar a expulsão dos 
muçulmanos, Colombo descobria a América para os Reis Católicos e os espanhóis iniciavam a conquista das novas terras, misturando os motivos de missão religiosa com os da sede de riquezas e poder. Em sentido restrito, dá-se o nome de conquista da América espanhola à que foi realizada pelos espanhóis nos territórios das civilizações do Novo Mundo. Ao contrário de outros processos colonizadores, como o do Caribe, o do rio da Prata ou o do Brasil pelos portugueses, essas campanhas de conquista foram levadas a efeito contra estados ou confederações de tribos que contavam com exércitos permanentes e elevado grau de organização. Foram, portanto, verdadeiras operações militares, executadas por soldados profissionais diante de forças em geral muito mais numerosas. Apesar disso, a vantagem dos espanhóis era incomparável, propícia a estimular-lhes a prepotência e a crueldade, pois seus adversários não conheciam as armas de fogo e chegaram a vê-los como deuses.
Os interesses econômicos e políticos da monarquia espanhola foram as forças mais determinantes das viagens e expedições de conquista dos territórios descobertos por Colombo. Acostumados durante séculos à guerra contra os árabes, os espanhóis trataram o Novo Mundo como a nova fronteira de seu poderio e da fé cristã. Cogitando de utilizar os indígenas como mão-de-obra submissa, deram prioridade à dominação das regiões culturalmente adiantadas, como o México e o Peru, em vez daquelas em que o estado selvagem dos nativos pudesse dificultar a exploração econômica. Os conquistadores eram, ora da pequena nobreza castelhana, ora aventureiros, provindos principalmente da Andaluzia, Extremadura e Castela.
Nomeado almirante, vice-rei e governador das terras que descobrira, Cristóvão Colombo ainda teria direito à décima parte do que obtivesse na colonização, a que deu início em 1493, com sua segunda viagem à América. Por meio de bulas papais, e do Tratado de Tordesilhas (1494), as terras do continente foram divididas entre a Espanha e Portugal. Explorando a ilha de Hispaniola (La Española), Colombo e os espanhóis chegaram a parcos resultados. Com as últimas viagens do navegador (terceira e quarta), foram alcançadas a ilha de Trinidad, a foz do Orinoco, o golfo de Honduras e a costa centro-americana até o Panamá.
As muitas outras viagens às Américas, de navegadores como Américo Vespúcio, Pedro Álvares Cabral, Vicente Yáñez Pinzón, acabaram de convencer a Espanha a empreender um esforço especial de conquista e colonização das novas terras. Em 1508 Diego de Nicuesa e Alonso de Ojeda tentaram inutilmente estabelecer colônias na costa norte da futura Colômbia. Pouco depois Vasco Núñez de Balboa fundou no istmo do Panamá a povoação de Santa María la Antigua, partindo daí para o chamado mar do Sul, o oceano Pacífico, aonde chegou em 1513.
Seguia-se, aos poucos, a tomada de outras ilhas. Juan Ponce de León fora encarregado em 1508 de conquistar Porto Rico. Conforme antiga tática espanhola, casou-se com a filha de um cacique local, aplainando o caminho dos espanhóis. De importância estratégica, a Jamaica tornou-se uma das metas mais cobiçadas. Em 1509 Juan de Esquivel fundou ali a cidade de Santiago de la Vega. Dois anos depois Diego de Velázquez começava a conquista de Cuba, fundando Baracoa, Santiago e Havana. No entanto, embora sem ter como resistir militarmente, os índios do Caribe não se submeteram à escravidão, provocando grande ira dos invasores, que os extinguiram quase completamente.
Enquanto isso, Juan Díaz de Solís descia a América do Sul até o rio da Prata (1515), Alonso de Pineda chegava à foz do Mississippi (1519), Gaspar de Espinoza explorava a costa oeste da América Central e do México, o português Fernão de Magalhães e seu colega espanhol Juan Sebastián Elcano deram a primeira volta ao mundo, de 1519 a 1522.
Conquista do México. La Española e Cuba tornaram-se as bases logísticas para a conquista do continente. Em 1517 os espanhóis exploraram a península de Yucatán, entrando em contato com a civilização dos maias, então em decadência. Os relatos sobre as riquezas desse povo despertaram o interesse do governador de Cuba, Diego de Velázquez, que enviou nova expedição às terras mexicanas, sob o comando de Juan de Grijalva (1518). Este, contornando o litoral da península de Yucatán, chegou a Tabasco, onde conferenciou com representantes do governo asteca, subindo depois até o lugar em que mais tarde se fundaria Veracruz.
Encontrando pela frente um número excessivamente grande de indígenas, Grijalva voltou a Cuba e o governador confiou a Hernán Cortés uma terceira expedição. Cortés explorou a ilha de Cozumel (1519) e desembarcou na costa de Tabasco, subjugando os índios. Foi em seguida para a ilha que recebeu o nome de San Juan de Ulúa e a 21 de abril de 1519 chegou à costa continental, onde fundou Villa Rica de la Vera Cruz (Veracruz).
Com base na tradição espanhola da autonomia municipal, Cortés fez suas 
Hernán Cortés
tropas reconhecerem-no como capitão-geral, assumindo autoridade suficiente para conquistar o México independentemente das ordens de Velázquez. Os espanhóis receberam representantes do imperador asteca Montezuma II, que indagaram a intenção dos invasores e tentaram convencê-los a não ir adiante. Houve também um encontro com os índios totonacas, dominados pelos astecas, que se comprometeram a compor com Cortés contra Montezuma. Avançando em direção à capital do império, o capitão espanhol recebeu muitos presentes, por ter sido identificado com o deus Quetzalcóatl.
Antes de chegar a Tenochtitlan, encontrou a oposição dos habitantes de Tlaxcala, que, embora inimigos dos astecas, enfrentaram duramente os espanhóis, sofrendo milhares de baixas. Os tlaxcaltecas restantes resignaram-se a aliar-se com os conquistadores. Continuando o avanço, Cortés entrou em Cholula, cidade sagrada dos astecas, onde não houve nenhuma resistência. Apesar disso, e recebendo novos emissários de Montezuma, o capitão fez um enorme morticínio, degolando os moradores da cidade e ateando-lhes fogo. Os enviados de Montezuma tiveram a vida poupada para poderem relatar o ocorrido.
Atemorizado ante a esmagadora superioridade militar dos invasores, o imperador foi ao encontro do comandante espanhol, recebendo-o amistosamente e entrando com ele na cidade. Tornou-se, assim, um precioso refém de seus inimigos, que logo despertaram o horror da população, por seus abusos de violência e cobiça. Com a notícia de que Velázquez, o governador de Cuba, enviara tropas para Veracruz, Cortés deixou Tenochtitlan. Em seu lugar ficou Pedro de Alvarado. Seus homens, durante uma festa religiosa, destruíram imagens astecas, mataram vários chefes e guerreiros, levando o povo de Tenochtitlan à sublevação.
Montezuma, tentando apaziguar os súditos, foi morto por eles. Seu irmão Cuitláhuac assumiu o governo, enquanto Cortés já regressara, depois de derrotar e incorporar as tropas de Velázquez. Em 30 de julho de 1520, na chamada "noche triste", os espanhóis foram derrotados por Cuitláhuac, retirando-se para Tlaxcala.
Em dezembro, com reforços vindos de Cuba, Cortés novamente atacou Tecnochtitlan, onde após a morte de Cuitláhuac -- vitimado pela varíola, uma das piores armas que os invasores trouxeram da Europa --, o poder passara para Cuauhtémoc, sobrinho de Montezuma II. Em abril de 1521 completou-se o cerco da cidade, que foi bombardeada a partir da lagoa a sua volta por diversos bergantins. Os astecas viram-se dizimados pela destruição, pela varíola e pela fome, resistindo até agosto, quando os espanhóis apoderaram-se da cidade e de Cuauhtémoc, que inutilmente tentou a fuga.
Dentro em pouco, todo o resto do México estava conquistado, assim como a Guatemala, onde Pedro de Alvarado, depois de forte resistência, fundou Santiago de los Caballeros, e Honduras, subjugada por Cortés. Em 1528 fundou-se a cidade de San Salvador. Os novos territórios passaram a depender dos tribunais da Nova Espanha e da Guatemala, sob cuja jurisdição se encontrava toda a América Central, o istmo do Panamá e parte do México. Em 1534 todas as terras mexicanas e centro-americanas converteram-se no vice-reino da Nova Espanha.
Os navegadores que percorreram a costa do Pacífico difundiram notícias sobre o vasto império inca, em grande parte identificado, na imaginação dos conquistadores, com o reino fabuloso do Eldorado, que se pensava existir na região. Duas expedições de reconhecimento, em 1524 e 1526, localizaram os centros mais importantes e confirmaram a existência de riquezas extraordinárias.

Francisco Pizarro

Empreenderam a conquista Francisco Pizarro e seus auxiliares Diego de
 Almagro e Hernando de Luque, à frente de uns 200 homens (1530). Valendo-se da situação de guerra civil em que se opunham os irmãos Huáscar e Atahualpa, os espanhóis avançaram rapidamente. Depois da fundação de San Miguel, primeira posição espanhola estabelecida no Peru, os conquistadores dirigiram-se a Cajamarca, de onde atacaram os índios de surpresa e capturaram Atahualpa. O inca (originalmente título do soberano desse império), que vencera e mandara matar o irmão Huáscar, entregou a Pizarro imensas riquezas em troca da liberdade. Ainda assim, foi executado.
Pizarro seguiu então para Cuzco, apossando-se de todas as terras por onde passava. Ante a perturbação causada pela morte de Atahualpa, os incas e os povos índios que lhes eram subordinados aceitaram a dominação espanhola e, após entrar em Cuzco, com a conquista praticamente consolidada, Pizarro reconheceu Manco Cápac como novo chefe inca. Com o Peru inteiramente sob seu controle, os conquistadores saquearam as riquezas do império e procuraram os lugares mais propícios à fundação de cidades. Em 1535 foi fundada Los Reyes, futura Lima.
Não tardaram a surgir desavenças entre os espanhóis responsáveis pelo domínio das novas terras, entre as quais o norte do Chile. Diego de Almagro fizera expedições a essa região, mas seu conquistador foi Pedro de Valdivia, que em rápida incursão fundou as cidades de Santiago, Valparaíso e Concepción, entre outras, de 1541 a 1550. Em 1553 no entanto os araucanos, guiados pelo cacique Lautaro, conseguiram capturá-lo e matá-lo. Após meio século de guerra, o rio Biobio foi reconhecido pelos espanhóis como a fronteira norte das terras araucanas, que assim permaneceram até a segunda metade do século XIX.
Também a partir do Peru se realizaram diversas expedições em direção ao norte e a leste. Em 1534 Sebastián de Belalcázar e Diego de Almagro fundaram San Francisco de Quito. O primeiro, pouco depois, incorporou aos domínios espanhóis o norte do Equador e o sul da Colômbia. Em 1540, integrando uma expedição comandada por Gonzalo Pizarro (irmão do conquistador), Francisco de Orellana percorreu o Amazonas desde os Andes até a foz.
No norte da América do Sul, Gonzalo Jiménez de Quesada subiu o rio Madalena a partir do Caribe e em 1538 fundou Santa Fé de Bogotá, no centro da confederação das tribos chibchas. As desavenças entre os chefes desses índios permitiram aos espanhóis apoderar-se de seu território e saquear-lhe as riquezas. Outra expedição, chefiada por Belalcázar, foi de Quito até a meseta de Bogotá, fundando no caminho Cali e Popayán. Nicolás Federmann, capitão-geral da região venezuelana que Carlos V (I da Espanha) concedera aos banqueiros alemães Welser, encontrou-se depois com os capitães espanhóis para juntos decidirem submeter ao juízo da coroa a titularidade da conquista.
A expansão territorial da Espanha no continente completou-se com a conquista do rio da Prata. Em 1516 seu estuário foi descoberto por Díaz de Solís, mas a conquista propriamente dita foi obra de Pedro de Mendoza, quando fundou (1536) Santa María de Buen Aire, mais tarde de Buenos Aires. A escassez de víveres e os ataques de índios obrigaram os colonizadores a abandonar a cidade, que na época era muito isolada. Na viagem de volta à Espanha, Mendoza morreu. Juan de Ayolas e Domingo Martínez de Irala, seus oficiais, encarregaram-se de continuar seu trabalho e fundaram Assunção, que se tornou centro da colonização espanhola da região. Estabelecimentos agrícolas e de pecuária no noroeste do que viriam a ser as províncias argentinas de Salta e Jujuy prosperaram bastante e garantiram alimentos para a zona de mineração de Potosí, onde se constituiria a atual Bolívia. A conquista do rio da Prata consolidou-se em 1580, com a segunda fundação de Buenos Aires, a cargo de Juan de Garay.
http://emdiv.com.br/pt/mundo/asmaravilhas/313-a-conquista-da-america-espanhola.html