sexta-feira, 25 de março de 2011

Feudalismo: uma marca na Idade Média

Um sistema em formação

Introdução 

O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 


Estrutura Política do Feudalismo 

Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.

Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).

Funcionamento dos Feudos

Sociedade feudal 

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Economia e estilo de vida nos Feudos

Economia feudal

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião 


Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

Educação, artes e cultura


A educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
A arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.  

sexta-feira, 18 de março de 2011

O uso dos solos

O que é solo?

O solo é a camada superficial constituída de partículas minerais e orgânicas, distribuídas em horizontes de profundidade variável, resultante da ação conjunta de agentes intempéricos sobre as rochas e a adaptação destas às condições de equilíbrio do meio em que se encontram expostas, geralmente diferentes daquele que condicionou sua gênese apresentando variabilidade espacial. No caso de solos aluviais, essa variabilidade torna-se mais intensa, por serem formados por partículas de diversas gêneses sedimentadas aleatoriamente ao longo da superfície de uma determinada área.
Na natureza, além dos processos de formação dos solos, existem outros, principalmente derivados da ação dos agentes erosivos, que atuam em sentido contrário. Normalmente, produz-se uma harmonia entre a ação de uns e de outros, estabelecendo-se um equilíbrio entre os mecanismos de "desgaste" e de "formação" do solo. Nos ambientes semi-áridos e tropicais, este equilíbrio é muito frágil e fácil de se romper, na maioria das vezes em prejuízo do solo. É na zona semi-árida, onde se cultiva a maior área com algodão irrigado no Brasil e quando o homem interfere de forma decisiva, sobre este equilíbrio, pode desnivelá-lo a favor dos mecanismos de desgaste.

Qualidade do solo

Devido ao crescimento populacional e a crise de alimentos no mundo, o manejo intensivo do solo, a monocultura e o aumento do uso de pesticidas e fertilizantes tornaram-se práticas comuns para elevar a produção agrícola. A utilização massiva destas práticas tem ocasionado perda da matéria orgânica do solo, erosão e contaminação das águas subterrâneas, além de prejuízos a microbiota e seus processos bioquímicos. No século passado, aproximadamente 8,7 bilhões de hectares no mundo eram utilizados para práticas agrícolas e florestais, e destes cerca de 2 bilhões de hectares se encontravam em processo de degradação (Arshad & Martin, 2002). A taxa de crescimento na produção de grãos passou de 3% na década de 70 para 1,3% na década de 90, e uma das causas para este declínio é o uso inadequado do solo (Steer, 1998).

O solo é um recurso natural vital para o funcionamento do ecossistema terrestre e representa um balanço entre os fatores físicos, químicos e biológicos. Os principais componentes do solo incluem minerais inorgânicos e partículas de areia, silte e argila, formas estáveis da matéria orgânica derivadas da decomposição pela biota do solo; organismos vivos como minhocas, insetos, bactérias, fungos, algas e nematóides; e gases como O2, CO2, N2, NOx. O solo, como um sistema natural vivo e dinâmico, regula a produção de alimentos e fibras e o balanço global do ecossistema, além de servir como meio para o crescimento vegetal, através do suporte físico, disponibilidade de água, nutrientes e oxigênio para as raízes, além de atuar na regulação hídrica no ambiente, transformação e degradação de compostos poluentes.

O solo possui seis funções principais, sendo três funções consideradas ecológicas e outras três ligadas a atividade humana. As funções ecológicas incluem a produção de biomassa (alimentos, fibras e energia); filtração, tamponamento e transformação da matéria para proteger o ambiente, as águas subterrâneas e os alimentos da poluição; e habitat biológico e reserva genética de plantas, animais e organismos, que podem ser protegidos da extinção. As funções ligadas à atividade humana incluem o meio físico que serve de base para estruturas industriais e atividades sócio-econômicas, habitação, sistema de transportes e disposição de resíduos; fonte de material particulado (areia, argila e minerais); e parte da herança cultural, paleontológica e arqueológica, importante para preservação da história da humanidade. No caso das atividades relacionadas à agricultura e meio ambiente, as principais funções do solo são prover um meio para o crescimento vegetal e habitat para animais e microrganismos; regulação do fluxo de água no ambiente; e servir como um “tampão ambiental” na atenuação e degradação de compostos químicos prejudiciais ao meio ambiente (Larson & Pierce, 1994).

A qualidade do solo é definida como a capacidade deste de funcionar dentro do ecossistema para sustentar a produtividade biológica, manter a qualidade ambiental e promover a saúde das plantas e animais (Doran & Parkin, 1994). Outras definições para a qualidade do solo foram descritas: “capacidade de um tipo específico de solo funcionar como ecossistema natural ou manejado para sustentar a produtividade animal e vegetal, manter a qualidade da água e do ar e suportar o crescimento humano (Karlen et al., 1997); “condição do solo relativa aos requerimentos de uma ou mais espécies biológicas e/ou de algum propósito humano (Johnson et al., 1997) “capacidade do solo de sustentar a diversidade biológica, regular o fluxo de água e solutos, degradar, imobilizar e destoxificar compostos orgânicos e inorgânicos e atuar na ciclagem de nutrientes e outros elementos (Seybold et al., 1998).
O bom uso dos solos
Além de nos sustentar e ser onde construímos nossas casas, o solo, por meio da agricultura, fornece a maior parte do alimento que consumimos.Para garantir a produção constante de alimentos, o ser humano passou a investir na agricultura. Construir armazéns para guardar o estoque de alimentos, desenvolver máquinas para facilitar seu trabalho, como tratores e arados; criar mecanismos de drenagem e irrigação pra controlar a quantidade de água e até mesmo escolher espécies mais resistentes ao ataque de organismos considerados pragas como insetos, fungos, bactérias ou vírus.


Problemas na ocupação dos solos

Chamamos de LIXIVIAÇÃO ao processo de “arraste” ou “lavagem” dos sais minerais presentes no solo, caracterizando uma forma inicial de erosão, ou erosão leve.
A lixiviação, neste sentido, ocorre quando o solo fica demasiadamente exposto (por causa de desmatamento, queimadas ou sobrepastoreio) e, com a ação gradativa das chuvas vai tendo seus materiais arrastados tornando-se primeiro infértil, e depois, podendo ocasionar erosões graves (voçorocas) dependendo do tipo de solo e grau de exposição. É considerado um fator que causa empobrecimento do solo.

A LATERIZAÇÃO é o surgimento de uma crosta ferruginosa, formada pela decomposição das rochas com precipitação dos óxidos e hidróxidos de alumínio e ferro, que acaba com a fertilidade do solo. A lixiviação é a lavagem da parte superficial do solo, onde se encontra os nutrientes, e retirada dos sais minerais hidrossolúveis, empobrecendo o solo.

educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html



sexta-feira, 4 de março de 2011

Árabes: uma civilização, um profeta, uma nova religião

Maomé

Maomé ou Muhammad ( Muḥammad ou Moḥammed) Meca, c. 570 — Medina, 8 de Junho de 632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais recente e último profeta do Deus de Abraão.

Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Como figura política, ele unificou várias tribos árabes, o que permitiu as conquistas árabes daquilo que viria a ser um império islâmico que se estendeu da Pérsia até à Península Ibérica.
Não é considerado pelos muçulmanos como um ser divino, mas sim, um ser humano; contudo, entre os fiéis, ele é visto como um dos mais perfeitos seres humanos.

Nascido em Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes perto de Meca.
Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos, enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse uns versos enviados por Deus, e comunicou que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé deu ouvidos à mensagem do anjo e, após sua morte, estes versos foram reunidos e integrados no Alcorão, durante o califado de Abu Bakr.
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já conhecidas pelos árabes.

Em vez disso, informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos.
Muitos habitantes de Meca rejeitaram a sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé foi obrigado a abandonar Meca, numa migração conhecida como a Hégira (Hijra), tendo se mudado para Yathrib (atual Medina). Nesta cidade, Maomé tornou-se o chefe da primeira comunidade muçulmana.
Seguiram-se uns anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que se saldaram em geral na vitória de Maomé e dos seguidores.
A organização militar criada durante estas batalhas foi usada para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente o território sob o signo de uma nova religião, o islão.

Islamismo

O Islamismo é atualmente a segunda maior religião do mundo, dominando acima de 50% das nações em três continentes. O número de adeptos que professam a religião mundialmente já passa dos 935 milhões. O objetivo final do Islamismo é subjugar o mundo e regê-lo pelas leis islâmicas, mesmo que para isso necessite matar e destruir os “infiéis ou incrédulos” da religião. Segundo eles, Alá deixou dois mandamentos importantes: o de subjugar o mundo militarmente e matar os inimigos do Islamismo -- judeus e cristãos. Algumas provas dessa determinação foi o assassinato do presidente do Egito, Anwar Sadat, por ter feito um tratado de paz com Israel e o massacre nas Olimpíadas de Munique em 1972.

A guerra no Kuweit, nada mais foi do que uma convocação de Saddam Hussein aos muçulmanos para uma “guerra santa”, também chamada de Jihad, contra os países do Ocidente (U.S.A.) devido à proteção dada a Israel. Vinte e seis países entraram em uma guerra, gastaram bilhões de dólares, levaram o Estados Unidos a uma recessão que se sente até hoje, para combater um homem que estava lutando por razões religiosas. Eles aparentemente perderam a guerra, mas, como resultado, houve 100 atos terroristas cometidos contra a América e Europa no mesmo mês. O “espírito” da liga muçulmana em unificar os países islâmicos e a demonstração do que podem fazer ficou bem patente aos olhos do mundo.

O Corão

O Alcorão ou Corão é um livro sagrado que reúne as revelações que o profeta Maomé recebeu do anjo Gabriel. Este livro é dividido em 114 capítulos (suras). Entre tantos ensinamentos contidos, destacam-se: onipotência de Deus (Alá), importância de praticar a bondade, generosidade e justiça no relacionamento social. O Alcorão também registra tradições religiosas, passagens do Antigo Testamento judaico e cristão.
Os muçulmanos acreditam na vida após a morte e no Juízo Final, com a ressurreição de todos os mortos.
A outra fonte religiosa dos muçulmanos é a Suna que reúne os dizeres e feitos do profeta Maomé.

Os templos

As mesquitas são locais em que os muçulmanos se reúnem para orar. Nelas, diferentemente das igrejas cristãs, não há altares, imagens ou bancos. Há um púlpito, chamado de mimbar, de onde os clérigos pregam. Os fiéis se ajoelham em esteiras ou tapetes.
É dever de todo muçulmano comparecer as mesquitas às sextas-feiras. Nos outros dias, ele deve orar em qualquer lugar que esteja, sobre uma esteira ou tapete, sempre voltado para Meca. Antes das orações, o fiel deve se purificar com água. 
Junto às mesquitas, existem minaretes, torres de onde se anuncia o momento das orações.          

quinta-feira, 3 de março de 2011

O uso dos animais na alimentação

                                   A caça e a extinção dos animais

A resposta depende primeiro de outra pergunta: de que momento da Pré-História se está falando? É que a Pré-História engloba mais de 2,5 milhões de anos de evolução das espécies do gênero
Homo. "Nesse longo período passamos de carniceiros e trituradores de sementes e raízes a domesticadores de animais", diz o arqueólogo Renato Kipnis, da Universidade de São Paulo (USP). Um bom intervalo de tempo para analisar o hábito de caça e alimentação é o chamado Paleolítico Superior, há cerca de 40 mil anos, quando apareceram na Europa homens anatomicamente idênticos aos de hoje. Nessa época nossos ancestrais já produziam uma grande variedade de ferramentas e viviam basicamente da caça e da coleta de alimentos silvestres, atividades feitas em grupo e com funções definidas para homens, mulheres e crianças. A densidade populacional era baixa e os grupos familiares vagavam por um vasto território, caçando rinocerontes, renas e cavalos. Como nem sempre havia manadas desses animais por perto e algumas plantas só davam frutos em determinadas estações do ano, os homens também já se preocupavam em estocar alimentos.

Bisão - como ele quase foi extinto 

Durante milênios o bisão foi animal mítico, caça e garantia de sobrevivência para o homem primitivo no hemisfério norte. Assim atestam as pinturas rupestres encontradas em numerosas cavernas na Europa. O bisão constitui também um elemento-chave na cultura dos índios norte-americanos, que dele obtinham toda uma série de produtos básicos.
Mamífero artiodáctilo (suas patas terminam em número par de dedos), o bisão pertence à família dos bovídeos e dele se conhecem duas espécies: o bisão americano, de maior porte, e o europeu, menos robusto e de pêlo mais curto, do qual só sobrevivem manadas pouco numerosas.
O bisão americano (Bison bison) é um animal de presença imponente: os machos atingem 1.300kg de peso e quase dois metros de altura. Seu pêlo é castanho, salvo na cabeça e nas patas dianteiras, coberto de espessas mechas negras. Tanto o macho como a fêmea são dotados de chifres e apresentam acentuada corcova, formada por protuberâncias ósseas das vértebras. Alimenta-se da erva que cresce nas grandes pradarias americanas.
As fêmeas e os animais jovens, por um lado, e os machos, por outro, vivem agrupados em seus próprios rebanhos e só formam comunidades na época do cio, que ocorre no verão. Nesse período, os machos realizam combates espetaculares, investindo uns contra os outros de cabeça baixa para medirem forças. Os vencedores formam par com a fêmea e afastam-se da manada. Após o acasalamento, o período de gestação dura nove meses e nasce um filhote por parto. À beira da extinção no princípio do século XX, em virtude de intensas campanhas de caça, suas populações recuperaram-se parcialmente devido à proteção legal de que desfrutam em parques como o de Yellowstone, nos Estados Unidos, e outros no Canadá.
O bisão europeu (B. bonasus) é uma espécie adaptada ao habitat de bosque e se alimenta de gramíneas. Outrora abundantes na Europa, esses animais agora só sobrevivem em pequeno número e sob proteção em parques como o de Bialowieza, na Polônia, por causa da caça predatória, só sobraram poucos.

A Domesticação Animal

Atualmente, a domesticação de animais é algo que consideramos comum. Desde carne e laticínios até a companhia fiel, os animais domesticados nos fornecem incontáveis produtos, serviços e horas de trabalho que tiveram um efeito profundo sobre a história da humanidade.
 No começo, os humanos usavam os animais apenas como alimentação. Mas em certo momento, começamos a perceber que eles poderiam ser úteis para trabalhar, fornecer vestimenta e transporte. Em estado selvagem, os animais defendem a si mesmos e desconfiam de outros animais, mas os humanos conseguiram mudar esse comportamento. Com o passar do tempo, alguns animais se tornaram mais dóceis e submissos às instruções humanas, o que chamamos de domesticação. Com esse processo, toda uma espécie animal evolui para se tornar naturalmente acostumada a viver e a interagir com os humanos.
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                                       Tipos de pecuária

 No nomadismo pastoril, o animal mais típico é o carneiro, embora outros lhe estejam associados, como o cabrito, o cavalo, o camelo, o iaque e a rena, preferida nas tundras. A vida nômade implica precárias condições de segurança, o que leva os grupos a se organizarem em moldes tribais, com base no regime patriarcal. Devido à mobilidade exigida nos constantes deslocamentos, a casa em geral resume-se a uma tenda, fácil de ser armada e transportada. Parte dos nômades depende exclusivamente de seus rebanhos. Outros costumam também comerciar com outros grupos, para obter cereais e outros alimentos.

Em Portugal, a Transumância conheceu, em tempos recuados, certa pujança. No Verão, praticava-se das terras baixas da bacia do Mondego para as serras da Estrela e de Montemuro. No Inverno, fazia-se das terras altas da Estrela para regiões mais quentes. Eram as "invernadas", que levavam os rebanhos para os campos do Mondego, para a Idanha e para o vale do Douro onde a folha da vinha servia como alimento.
Praticavam-se assim dois tipos de Transumância: a estival, ou ascendente, caracterizada pela deslocação dos rebanhos até aos planaltos serranos onde abundam pastos verdejantes durante o Verão; por sua vez, no Inverno, face à escassez de pastos motivada pelas condições desfavoráveis do clima, os rebanhos desciam da serra para pastos em regiões temperadas. Era a Transumância invernal, ou descendente.

A pecuária sedentária, pode ser intensiva ou extensiva.
Pecuária extensiva: aquela que é desenvolvida em grandes extensões de terras, com gado solto, geralmente sem grandes aplicação de recursos tecnológicos, investimentos financeiros nem recursos veterinários importantes.
Pecuária intensiva: aquela que é praticada utilizando-se recursos tecnológicos avançados, tais como: gado confinado, reprodução através de inseminação artificial, controle via satélite etc.

                             Impacto da tecnologia na pecuária

Ao longo do século XX, a urbanização, o aumento do número de consumidores e a exigência por maior qualidade da carne e do leite (e seus derivados), associados ao desenvolvimento das tecnologias, contribuíram para a modernização da pecuária. O desenvolvimento das ferrovias e rodovias, a industrialização, a eletrificação rural e a fabricação de produtos veterinários favoreceram muito essa evolução.
Com a melhora da pecuária também se desenvolveram as indústrias ligadas à produção e conservação de carne e de derivados animais. Nas indústrias frigoríficas, os animais são abatidos, e sua carne é preparada para a conservação a frio, nas câmaras de refrigeração.
Já nas indústrias de laticínios, o leite é transformado em vários produtos. O processo começa no campo, onde é feita a ordenha mecânica. Depois o leite é resfriado e levado por caminhões para o beneficiamento. Nas usinas, passa pela pasteurização e homogenização (é misturado ao leite que vem de outras regiões). Em seguida, o leite é embalado ou passa por vários processos para se transformar em leite condensado, iogurte, creme de leite e manteiga.