sexta-feira, 7 de outubro de 2011

A Contrarreforma e os conflitos religiosos

A Reação da Igreja Católica

A Reforma Protestante e o surgimento de novas Igrejas causaram grandes danos à Igreja Católica. Ela deixou de ser a única Igreja cristã da Europa e perdeu milhões de fiéis. Isso acarretou a diminuição de parte de seu poder.
A Igreja Católica, porém, não assistiu a tudo o que estava acontecendo de braços cruzados. As altas autoridades eclesiásticas passaram a se reunir para decidir estratégias que barrassem o surgimento de novas religiões e evitassem a perda de mais fiéis para as protestantes. Essa reação ficou conhecida como Contrarreforma. Como você pode notar, o próprio nome já indica que se tratava de um movimento contrário à Reforma Protestante.


Apostila Anglo - História

O Concílio de Trento



As profundas modificações surgidas na Igreja Católica, foram, sem dúvida provocadas
 diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica, vulgarmente denominada "Contrarreforma", foi orientada pelos grandes Papas Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Sisto V. Além da reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi Santo Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana.
O Concílio de Trento foi convocado pelo Papa Paulo III, a fim de estreitar a união da Igreja e reprimir os abusos, isso em 1546, na cidade de Trento, no Tirol italiano. No Concílio tridentino os teólogos mais famosos da época elaboraram os decretos, que depois foram discutidos pelos bispos em sessões privadas. Interrompido várias vezes, o concílio durou 18 anos e seu trabalho somente terminou em 1562, quando suas decisões foram solenemente promulgadas em sessão pública.
Todo o corpo das doutrinas católicas havia sido discutido à luz das críticas dos protestantes. O Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé, proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada "Vulgata". Manteve os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as indulgências e recomendou a criação de escolas para a preparação dos que quisessem ingressar no clero, denominadas seminários.
No Concílio de Trento , ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas decisões.
Os primeiros países que aceitaram, incondicionalmente, as resoluções tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos. A França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo.
Fonte: www.paginaoriente.com

A Contrarreforma e o Barroco
   O termo barroco costuma designar o estilo artístico que floresceu na Europa entre o final do Século 16 e meados do Século 18.
     O aparecimento dos ideais barrocos parece intimamente ligado à Contra-Reforma Católica.
     Apesar de ter sido um estilo internacional, percebemos sua maior força entre países como a Itália, Espanha e Áustria, não tendo atingido muito os países protestantes como a Inglaterra.

O Anglicanismo

Ao contrário dos primeiros movimentos protestantes que tomaram conta da Europa no século XVI, o anglicanismo surgiu em torno de questões que envolviam diretamente os interesses da monarquia britânica. A monarquia Tudor, que na época controlava o trono inglês, buscava meios para reforçar a autoridade real frente à forte influência das autoridades eclesiásticas. Tal disputa se sustentava principalmente no fato da Igreja ter em mãos uma grande extensão de terras sob o seu controle.

Na Inglaterra, o rei Henrique VIII (1491 – 1547) teve grande importância na consolidação da reforma religiosa. Henrique VIII e a Igreja já tinham uma relação pouco harmoniosa quando, no ano de 1527, o rei inglês exigiu que o papa anulasse seu casamento com a rainha espanhola Catarina de Aragão. Henrique VIII alegava que sua esposa não teve condições para lhe oferecer um herdeiro forte e saudável que desse continuidade à sua dinastia.

O papa Clemente VII resolveu não atender as súplicas do monarca britânico. Isso porque o tio de Catarina de Aragão, o rei Carlos V, estava auxiliando a Igreja contra o avanço dos luteranos no Sacro Império Romano Germânico. Inconformado com a indiferença papal, Henrique VIII obrigou o Parlamento britânico a votar uma série de leis que colocavam a Igreja sob o controle do Estado. No ano de 1534, o chamado Ato de Supremacia criou a Igreja Anglicana.

Segundo os ditames da nova Igreja, o rei da Inglaterra teria o poder de nomear os cargos eclesiásticos e seria considerado o principal mandatário religioso. A partir dessa nova medida, Henrique VIII casou-se com a jovem Ana Bolena. Além disso, realizou a expropriação e a venda dos feudos pertencentes aos clérigos católicos. Essa medida fez com que os nobres, fazendeiros e a burguesia mercantil passassem a exercer maior influência política.

No governo de Elizabeth I (1533 – 1603), novas medidas foram tomadas para reafirmar o poder da Igreja Anglicana. Alguns dos traços do protestantismo foram incorporados a uma hierarquia e uma tradição litúrgica ainda muito próximas às do catolicismo. Essa medida visava minimizar a possibilidade de um conflito religioso que desestabilizasse a sociedade britânica. No seu governo foi assinado o Segundo Ato de Supremacia, que reafirmou a autonomia religiosa da Inglaterra frente à Igreja Católica.

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